Um dia um ateu se tornou cristão.
Vivia muito bem com
a minha terceira esposa, apesar isso incomodava as minhas enteadas o fato de
ser agnóstico, na época não me denominava ateu para não sofrer preconceito.
Nas reuniões, almoço
e festa de família a única coisa que faltava para ser uma família totalmente
feliz era eu ter uma religião.
E num gesto de
aproximar-me delas e ter esta família feliz, não sei se foi o certo acabei
aceitando participar.
Comecei a frequentar
as missas, quando me convidaram para um acampamento, um retiro espiritual.
Apesar de o evento
ser uma semana, larguei trabalho compromisso para participar.
Foi uma alegria
geral, todos se empenharam nos preparativos do acampamento.
Conheci um grupo de
pessoas e com este grupo passei a ter contacto em reuniões semanais, apesar de
serem pessoas altamente problemáticas afeiçoei-me a elas.
Comecei a frequentar
as reuniões, os grupos de oração, às missas e uma pastoral.
Uma das minhas
enteadas disse que, para completar tudo eu deveria batizar-me.
Aceitei, ela e um
amigo do retiro espiritual (acampamento) foram meus padrinhos.
Pronto ai sim agora
a família poderia ser feliz, aceitariam-me no meio deles, falaríamos a mesma
língua.
Isso mesmo!
Não foi nada disso,
a minha esposa começou dizer que eu dava mais atenção para o grupo do que para
ela, as minhas enteadas de uma hora para outra pararam de frequentar os grupos
de oração de ir à missa, a minha esposa também, todos se afastaram da igreja, e
eu comecei a ir sozinho, na pastoral, no grupo de oração na missa, etc.
Declarava-me
agnóstico, mas era ateu, passei por cimas dos meus princípios morais, da minha
normalidade, na minha conduta prepositiva ética, da minha racionalidade, para
ser aceite no meio, para ter a família feliz.
Voltei.
Reconstruí o meu
lar, o meu casamento, só senti perder alguns amigos, que na realidade não
perdi, por que ateu ou não, deveriam aceitar-me de qualquer jeito, como não
aceitaram, não eram meus amigos.
Nunca fui cristão e
sei que não serei.
Por um tempo menti
paras as pessoas, para satisfazer ou mostrar uma felicidade, ou não ser
descriminado pela minha não crença.
Isto serviu para me
mostrar que o problema não estava comigo, e sim nas crenças e nas atitudes das
pessoas que estavam a minha volta.
Atitudes boas ou más
não dependem de se acreditar numa divindade.
Para se viver bem
com uma vida correta, não é necessário temer uma ira de um ser divino.
Sou
ateu um livre pensador .
Aranha
Nogueira
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