vanda

 VANDA

Quando te conheci você não tinha mais que onze anos era baba de minha sobrinha.
Nem podia imaginar que com o passar dos anos você seria uns dos meus grandes amores.
De baba passou a ser domestica depois que minha irmã se mudou.
Depois que me separei do segundo casamento, voltei à casa de meu pai, a menina tinha virado mulher.
Havia saído de um relacionamento de traição, mentiras e percas.
Sem amigos, sem chão me via solitário e perdido.
Sempre com um sorriso e olhares ternos cuidando de mim.
Convidou-me para uma festa.
Festa simples sem aquele glamour que estava acostumado, de carros, motos, bebidas caras, mulheres sofisticadas, que havia me virado as costas na separação, e nas perdas financeiras.
Gente simples não me cobrara nada e sim me deram sua amizade, muitos ali se tornarão meus melhores amigos.
Passei a viver neste novo mundo em que não era importante minha situação financeira e matrimonial.
Passei a ver a vida de um novo modo.
Ficamos juntos varias vezes, saiamos fazíamos amor, mas tudo sem um compromisso de minha parte pelo menos.
Ai começou a ser criado o grande cafajeste.
Ela cuidava da minha roupa da minha aparência e quando não estava com alguma mulher ficava com ela.
Já havia me recuperado da separação e entrado na escola de cafajeste.
Neste meio tempo meu pai faleceu e fiquei só.
Ela continuou a trabalhar em casa, a cuidar, fazer amor comigo, agora com uma diferença ela dormia na casa, comigo.
Como todo bom cafajeste todo final de semana saia normalmente com outras mulheres.
Foi quando neste ano fiz uma aposta com um amigo, uma caixa de vinho para quem sair com mais mulheres em um ano.
Cheguei a um ponto que todo dia saia com uma mulher diferente e com três a quatro nos finais de semana.
Isso fez contrair varias vezes doenças sexualmente transmitida.
E perder grande parte da herança de meu pai.
Ganhei a aposta, mas tinha perdido família, dinheiro, dignidade, respeito próprio e pelas mulheres.
Transformei-me num mestre no amor, na sedução, perdendo tudo de bonito.
Ela ficou do meu lado, sem nunca reclamar vivendo de restos que eu raramente lhe dava.
Parei com a boemia e mulheres por que isso só se sustenta com dinheiro e o meu tinha acabado.
Voltei novamente a ela e aqueles amigos que ela me havia apresentado.
Nesta época ela revezava em dormir em casa e na casa de seus pais.
Foi quando ela parou de trabalhar para mim.
Ficava por amor a mim, perdendo o amor próprio.
Chamei para morar comigo agora como minha companheira.
Aceitou quase que imediatamente, pegou sua roupa e fico comigo.
Trabalhava de domestica numa casa de família onde tinha uma amizade muito grande com a filha da patroa.
Fui passar final de ano com minhas irmãs, que moravam muito distante.
Mas elas não aprovarão meu relacionamento, mais pela idade do que pela condição social.
Voltei sem que ela percebesse o ocorrido.
E em mais um ato de cafajeste, que eu acho que foi de amor, pedi para ela morar no serviço que iria viajar, depois viria buscá-la.
Fui embora para nunca mais voltar.
Por que eu acho que é um ato de amor?
Eu não a merecia, ela merecia ser feliz, e tenho certeza, que longe de mim ela o é.


Aranha nogueira 

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