meu primeiro beijo

Meu primeiro beijo
Era uma noite paulistana de 1972.
Noite típica garoa paulistana.
Asfalto novo, cruzamento de varias ruas com a Avenida Aricanduva, nove horas da noite, ruas deserta iluminada pelas novas lâmpadas de mercúrio novidade na época.
A garoa no asfalto novo iluminado pela potente iluminação me dava sensação
de estar andando sobre uma rua de ouro.
A garoa já nos havia molhado.
Seu cabelo escorrido colado no seu rosto.
Seu corpo pequeno tremia de frio.
Paramos debaixo do poste.
No meio da rua no cruzamento vazio.
Pingos de ouro caiam a nosso redor
A magia do amor foi envolvida em reflexos.
De cor e luzes.
Ali bem no meio da rua.
Embaixo da luz fosforescente.
Na garoa no cruzamento da Avenida Aricanduva.
No chão dourado na garoa dourada.
Um beijo, lindo, doce e inocente.
Sem presa, mão na nuca aquela boca doce de menina, aqueles olhos iluminados pelo,
ouro da noite pela garoa pelo amor.

Aranha nogueira

 

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